segunda-feira, 1 de junho de 2015

Blog x Face

Hoje lendo um post da Carrie (sempre ela), parei para pensar o quanto eu sinto falta disso aqui...
Os blogs estão se acabando, sendo substituídos pelo face, o que eu acho que é uma pena, pois muito se perde, não há comparação com o que era isso aqui, e o que é uma rede social...

Aqui trocávamos informações sinceras, pedidos de ajuda, desabafos, compartilhávamos dores, perdas, alegrias, conquistas. Cada um escrevia de uma forma e seguíamos aqueles que nos identificávamos, colocávamos em nossas listas e no dia seguinte, corríamos dar uma olhadinha para ver as novidades haviam mudado, o positivo havia chegado, uma data importante, uma formatura, um casamento. Era como ler livros de muitos autores, escritos em capítulos. Conhecíamos pouco a pouco o autor. Trocávamos algumas palavras. Mais algumas. Começávamos uma amizade. E pronto, logo já torcíamos pela pessoa, por seu sucesso, acompanhávamos, aprendíamos com a história... Trazíamos essas pessoas para nossos corações e nossas vidas. Aqui conheci histórias e pessoas que me marcaram para o resto da vida e pessoas (muitas e muitas) que estão e estarão em meu coração para sempre.

Houve uma época que muitas meninas de Portugal me seguiam neste blog e eu as seguia. E uma a uma, vi suas histórias mudarem, melhorarem, florescerem e suas vidas seguirem e foi um período muito bom, mesmo que para mim fosse um período ruim.

Depois, chegando mais perto do meu positivo, conheci um outro grupo de pessoas, que pouco a pouco tiveram seus positivos também (algumas tiveram vários! hehe) e somos (e espero) seremos amigas para sempre. Algumas mantendo contato pelos blogs, outras pelo zapzap (hehe) outras por e-mail... enfim, muitas histórias que nos enriqueceram e nos fizeram crescer. Muitos blogs também nos conquistavam fora do assunto bebês, com seus desafios, com histórias engraçadas, algumas histórias tristes e enfim, histórias plenas, interessantes, enriquecedoras. É uma pena que estamos perdendo isso...

Aqui mostrávamos nossas essências, nossas histórias... quando que poderemos postar no face que estamos tomando as injeções para fazer a aspiração? ou postar uma foto do formulário da fila de adoção? não, no Face não há espaço para nossos sentimentos, nossas angústias ou dúvidas. Lá só há postagens sobre tapioca, praia, cerveja, viagens e camisetas ou sapatos ou coisa que o valha. Ou minions!!

Aqui conhecíamos pessoas. Conhecíamos suas almas, suas buscas. Conhecíamos autores de histórias reais. Lá? Lá nem são as pessoas que contam alguma coisa, mas vilões de novela, gatinhos, minions e  mais minions, assim, tudo simples, fácil, resumido em uma frase com um desenho no fundo. Como eu poderia encontrar amigos para toda a vida lá? quem? a Gina Sincera ou os Amigos da Rota?

Sinto falta disso aqui.

Hoje abri esse blog e li minha despedida. Senti um aperto no peito. Foram anos e anos da minha vida colocados aqui.

Queria continuar aqui, escrever mais. Iria ser bom. Apesar de ter a sensação de ter descido na estação do trem e estar agora tentando tomá-lo novamente. Irá para o destino que eu esperava? eu já não cheguei lá? ou nós nunca chegamos? a vida é assim, uma série de estações que resolvemos descer ou deixar passar?

Enfim, hoje estou meio down e sentindo muita falta de estar aqui, tomando um chá com todas nesse vagão especial...

bjs e até um domingo qualquer!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Novo blog...

Pessoal, se quiserem, me encontrem no novo blog...
www.eueopitoco.blogspot.com.br
Bjs e até mais!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Adeus...

O interessante dos blogs é q no começo vc escreve um monte e ninguém lê. E vc fica frustrada. Depois, quando vc consegue pessoas que leem as bobagens que vc escreve, vc desiste de escrever...
Nunca mais voltei aqui, apesar de ter muitas coisas a contar.

O Henrique está cada dia maior, mais independente, um menininho já, não mais o bebezinho de poucos meses atrás.

Comecei outro blog para escrever as descobertas, as pavrinhas erradas, etc. dele, mas acabo não voltando aqui...

Talvez esse blog tivesse sentido se eu fosse tentar engravidar novamente, mas cheguei a conclusão que um milagre só já é grande demais em uma única vida. Pedir 2 é pedir demais!
Ficaremos só com ele mesmo, não faremoa tratamentos, não evitarei, mas daí a ter alguma chance é um grande caminho.

Então, eu acho q chegou a hora de dizer ADEUS...

Vou continuar a ler os blogs e a seguir, depois eu deixo aqui o novo blog, mas acho q esse blog serviu ao proposito de me guiar mas dificuldades, encontrar parceiras de jornada e deixar como exemplo que sim, é possível realizar o sonho (apesar de não ser fácil e sim, apesar de eu estar mesmo à beira de desistir). Enfim, pode servir de incentivo e fico por aqui, a disposição se quiserem me contatar....

Foi precioso  todo esse tempo é muito importante compartilhar com cada uma, cada fase desses 8 anos de infertilidade.... Vcs, suas conquistas, conselhos e apoio tornaram esse caminho muito mais leve. Obrigada, de coração, por terem compartilhado suas vidas, tristezas e alegrias, e por terem me ajudado tanto nesses anos todos!!!

OBRIGADA E ATÉ MAIS!!!
😀😀😀

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Eu sou Alex

Sei que há muito tempo nao escrevo, mas não me contive com as notícias dos últimos dias.
Hoje Eu sou Alex. Sim, sou Charlie também, pois as armas que tiraram as vidas em Paris sangraram os corações no mundo inteiro.
Os terroristas religiosos pegam em armas e tiram vidas em nome de seu Deus, Allah, na Europa.
No Brasil, os terroristas pegam em armas e tiram vidas em nome de seu deus, o Dinheiro.
Hoje eu sou Alex. Pois poderia ser eu naquele ponto de ônibus. Poderia ser você. Poderia ser meu pai, minha mãe, meu marido, meu filho. Poderiam ser os seus familiares. Assim como um dia já foi meu irmão.
Meu irmão, Hermes, tinha 25 anos e estava com a namorada, na praia, com uma maquina fotográfica. Os criminosos disseram que ele reagiu (eles sempre dizem, assim a culpa passa para a vítima), mas ele não reagiu, e mesmo assim, tomou um tiro no peito. Foi muito semelhante ao caso do Alex. Mas meu irmão não era biólogo, era cartunista, quadrinista, desenhista. Como as vítimas do Charlie Hebdo. Ele poderia estar no ponto de ônibus. Ou dentro da Charlie. Ou na praia, como de fato estava, 11 anos atrás. 
Hoje eu sou Hermes. Eu sou João Hélio. Sou Rodrigo. Sou Liana. Sou Felipe. Sou Gabriela. Sou Giorgio Renan. Sou Júlio. Isabela. Bernardo... Eu sou tantos, eu sou milhares. Eu sou meio milhão, em 10 anos. E hoje, hoje eu sou o Alex.
Seria muito bonito se tivéssemos o amor ao nosso povo que os franceses tem... Se a cada atrocidade saíssemos as ruas e gritássemos NAO! BASTA! Nao suportamos mais viver com medo! Não aceitamos mais que nossas vidas, únicas e inestimáveis, sejam assim banalizadas e desprezadas! por ideologia, extremismo religioso, convicção, guerra? Nao, por NADA, de graça,pela simples ganância  do dinheiro/bem material fácil que o bandido negocia  no momento que te aponta uma arma. Sua vida ou o celular? Sua vida ou o carro? Sua vida ou a bolsa? E às vezes, e muitas vezes, ele leva os dois...
Volto a pensar em Paris, em pessoas trabalhando, sem saber que seriam seus últimos momentos de vida. As pessoas morreram assim, no meio de uma manhã, sem direito à defesa, direitos humanos, julgamento... Não eram criminosos. Não estavam em guerra. Estavam trabalhando. Por isso o mundo inteiro se assustou e ressentiu. Mas aqui? Aqui, isso acontece todas as manhãs. Nas residências invadidas. Nos carros roubados nas ruas. Nos nossos trabalhos e comércios. Nas praias. Nos pontos de ônibus. Nos 56.000 homicidios anuais, o maior índice do MUNDO. 
Por isso, por estas mortes estarem aqui, tão vizinhas, que hoje Eu sou Alex.
Pois sou mesmo.
E quem ainda não percebeu que é Alex, não tem idéia de que isso é real e está ali, do outro lado do portão.
Aos familiares do Alex, minhas profundas condolências. Não há palavras para alentar seus coracoes nesse momento. Espero apenas que sejam fortes e que Deus os console.
Ao resto do Brasil: deveríamos aprender com a França e dizer que BASTA, com faixas, cartazes e milhões nas ruas. Pois todos somos Alex. É só questão de tempo.